terça-feira, 3 de março de 2009

Entrevista com Victor Raphael


As entrevistas com os membros da AS1 continuam, desta vez com o presidente Victor Raphael, carioca que, atualmente, mora no Mato Grosso do Sul e comanda a Verde, Rosa e Dourado:

- Primeiramente, sua paixão por carnaval vem de longa data? Qual sua Escola no carnaval real e o que te levou a torcer para ela?

Basicamente desfilei na Sapucaí antes de nascer, acho que é um bom inicio né? (risos) No desfile de 1986 minha mãe desfilou grávida pela Mangueira, que se sagrou campeã do carnaval daquele ano, e desde que me entendo por gente sou Mangueirense e amante do Carnaval

- Quando e porque surgiu a idéia de fundar uma agremiação no carnaval virtual?

Em meados de 2007, inspirados nos companheiros do fórum Setor1 (que dá nome à escola, inclusive), que já tinham suas escolas virtuais e comentavam sobre elas nos tópicos. Aí tentei juntar um pessoal que também estava interessado e conseguimos montar as peças certas para fazer a nossa escola, que por ser formada praticamente com integrantes do fórum, virou a Acadêmicos do Setor 1

- A Setor 1 obteve êxito em seu primeiro ano na LIESV conquistando o título da CAESV, além de conseguir o direito de gravar no CD da Liga. Você esperava resultados tão imediatos?

Na verdade a presença no cd era algo que conseguimos por termos nos inscrito para figurar na gravação oficial, mas pela saturação de escolas na caesv no ano passado, acabamos por integrar o cd da caesv, mesmo participando no mesmo estúdios das grandes escolas da LIESV. O titulo nada mais é do que a junção da criatividade, indubitável em qualquer carnaval, com a dedicação da equipe da AS1, que nos proporcionou um grande espetáculo, pensado nos seus mínimos detalhes

- A Equipe de Carnaval da AS1 recebeu um Estandarte de Cromo; diante disso, como presidente, qual importância você vê nessa equipe para o êxito da escola?

É resultado de todo nosso afinco em proporcionar a quem acompanha LIESV/CAESV um trabalho à altura do que os mesmos se propõem a assistir. Pensamos meticulosamente durante todas as fases de elaboração do carnaval. E o troféu significa que correspondemos àquilo que esperavam de nós

- Nesse pequeno caminho traçado pela Setor 1, você crê que houve algum momento de tensão, em que tudo poderia dar errado?

Logo depois do título do CAESV. A carnavalesca pediu dispensa e ela foi responsável pelas nossas três notas dez no desfile. E vivemos numa escassez de carnavalescos, o que causou certo desespero na escola, mas hoje superamos esse problema com uma solução surpreendente, que logo estará aqui neste barracão

- O que é mais importante para se apresentar um belo carnaval na JJ30? Inspiração ou transpiração?
Os dois. Eu particularmente, ando transpirando pra ver se pinta alguma inspiração (risos)

- Por fim, quais suas expectativas para o desfile da Acadêmicos do Setor 1 no ano de 2009?

Esperamos fazer sempre o melhor para nossa escola e pra quem assiste o Carnaval Virtual. Caso sejamos felizes em nossa proposta, o resultado irá referendar aquilo que fizemos. A dedicação continua a mesma.

domingo, 1 de março de 2009

Série Carnavais pra Memória - Capítulo 1 (Jorge Natan)


Hoje começamos aqui no blog uma série sobre desfiles inesquecíveis. Cada membro da escola postará um desfile que foi inesquecível para si, contando o que marcou e emocionou em tal momento. Começando a série:

Segunda, 19 de Fevereiro de 2007: a terceira escola de samba a entrar na Marquês de Sapucaí em tal noite já anunciava para o que viria. Sua comissão de frente representando faraós com caracterização perfeita, seu abre-alas monumental já arrancavam gritos de “É campeã!” da arquibancada. O Salgueiro parecia que finalmente se mostraria Salgueiro! Eu que, com meus poucos dezoito anos, acompanho o carnaval diariamente, apenas a partir de 2006, só tinha visto os desfiles da Escola por alto; o primeiro que acompanhei com detalhes foi o apático do ano anterior. Assim sendo, subestimei a escola em 2007, porém aquela abertura já me embolava os pensamentos. Hoje pensando friamente, não havia porquê subestimá-la: a escola possuía Renato Lage e Márcia Lávia, uma grande dupla de carnavalescos; possuía, também, um enredo maravilhoso: “Candaces”, sobre as rainhas africanas que entraram para a História. Era a mistura certa para se fazer um belíssimo desfile, pois o Salgueiro sempre foi mestre em desenvolver a África e sua cultura na avenida. Apenas o samba era contestado, porém, pela apresentação do ano anterior, a comunidade estava mordida; o décimo primeiro lugar não condizia com a tradição da agremiação. Na avenida, o Morro do Salgueiro cantou com todas as letras um samba que tinha um refrão composto de apenas palavras de dialetos africanos. Foi um show! Desfile fluindo bem, canto forte, visual impecável. Ao fim do desfile, via-se salgueirenses emocionados, inclusive o ilustre Haroldo Costa, revelando tal fato em plena transmissão. A escola havia passado, mostrado sua identidade e me feito pensar: desfilou a campeã! Mesmo após a bela apresentação da Beija-Flor de Nilópolis no fim da noite, nada me tirava a certeza de que o Salgueiro seria o campeão de 2007. Tal certeza só seria quebrada na tarde da quarta-feira seguinte. Como todos sabem a agremiação do Andaraí ficou apenas com a sétima colocação, deixando indignados salgueirenses e não-salgueirenses. Os componentes da escola foram os mais prejudicados com tal resultado: da Velha Guarda à Ala das Crianças, nenhum desfilante merecia tal injustiça, já que propiciaram a milhões de espectadores, inclusive a mim, um desfile inesquecível. Salgueiro 2007 é o meu Carnaval para a Memória.