domingo, 31 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes: Thiago do Porto



O tempo vestia esmeralda
Velando os filhos de Dabacury
Até que numa voz enevoada é feita a chamada
Ao reino de Anhangá se deve partir
E assim se fez
Se a escuridão descansa além do azul do mar
Velas ao vento, rumo as águas deslizar
Lançados sob o véu de Abeguar
Têm na bagagem só a coragem
Cortando a espuma Boiúna vem
Singrando o alto jaz majestosa
Linda coroa sobre manto verde e rosa
A pele vermelha tingida na tez do luar
Em negro desfaz-se ao longe avistar
O paraíso da destruição
De onde emanava soberba e ambição

Do impávido horror vai jubilar o amor
Nas trevas a vida enfim nascerá
E uma nova era de luzes e cor
De além do eldorado assim chegou

No peito morava o brilho fosco da dominação
Por sob as mantas exalava o fel
Correntes guardam um lugar no céu
É forte a dor que leva a ira para o coração
Mas sabedoria é arma que concede a redenção
Ressoa! Desperta! A força liberta
Ao evocar pajelança a vagar
Se afasta o terror, faz a paz reinar
Vem da mata a cura e nos salões brota a cultura
A caravana há de enfim retornar
E ao longe um hino de louvor se ouvirá

Sou a voz da tradição
E sob as ordens de Rudá
Meu canto ecoou e baila no ar
Contando em samba a história
Que ensinam na Academia
Setor 1 é o raiar de um novo dia

Sambas Concorrentes: Luiz Tannus



Dos delírios de um artista idealista
Uma história ao contrário vou narrar
Era uma terra verdejante imaculada
Sagrado império ritual tupinambá!
Uma profecia na reza do pajé
Ao infinito era preciso viajar!
Guerreiros que irão batalhar
Contra o mal de Anhangá
E assim vejo Boiúna singrando o Mar!

Oooo
Terra de ruínas tingidas de dor
Oooo
Miséria imposta pelo opressor
sujeira, fome e hipocrisia
Decadência de um império onde o sol já iluminou!

E assim!
Os soldados vermelhos chegaram ao destino
Vislumbraram o choro de um povo sofrido
Era necessária a rvolução
E ao rufar dos tambores, O ritmo dos maracás
Tupã anuncia a redenção
Fechos de luz devolvem a cor
O senhor do mal enfim caiu
Ocorreu assim a miscigenação
Europa matizada de Brasil
Renascendo em tons do grande Tupã
Alvorecendo um novo amanhã

O meu manto verde e rosa
Quando adentra a avenida
Emociona minha alma e com este show de arte e vida
Setor 1 tu és esplendor, tua coroa vai brilhar
Na pajelança até o dia clarear!

Sambas Concorrentes - J. Mauro



Na Revelação de Tupã
Há imensa escuridão
Vinda de além – mar
Para libertar essa gente
Os guerreiros construíram
A grande embarcação
Boiúna Mbara !.
No Paraíso da destruição
A aliança guerreira
Contra os servos do mal
E o ímpeto da Igreja,
A Sabedoria anciã (na pajelança)

Tupã o céu chicoteou
Rudá não iluminou
Jaci não surgiu
Anhangá fugiu


As correntes se quebraram
A liberdade enfim chegou
Para curar as cicatrizes
Os heróis fincaram sua raiz
Na miscigenação das raças,
Renasceu a arte
Nos Palácio de Veneza,
Desabrochou o carnaval
As Forças de atração do coração
Faz os herdeiros retornarem
Ao berçário da vida
O conhecimento milenar
Ainda corre nas veias
Das crias da natureza

É o samba da setor 1
Contado em poesia
A História ao contrário
Devaneio e fantasia
No meu carnaval

sábado, 23 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes: Marco Maciel



Anhangá, Anhangá
Me devolva a luz do dia (bis)
E o brilho do luar

A treva se sobressai
Sofrimento prolifera
Tanta amargura desfaz
Os anseios por quimera

Anhangá, Anhangá
Me devolva a luz do dia (bis)
E o brilho do luar

Boiúna Mbara
Jornada guerreira para libertar (bis)
É força, é garra, é fibra
Esperança vibra no azul do mar

Sangue jamais
Só basta sabedoria
Abençoada primazia
Pajelança é louvação
Ganância é maldição
Aqui não é o seu lugar
Estenda a sua mão pra recomeçar

Entra nessa ciranda
Vamos todos festejar (bis)
Cantar linda melodia
Para a vida celebrar

Alô Setor Um
Vem pro paticumbum
Que a minha Academia
Reina no ziriguidum (bis)
Linda história pra contar
Uma glória a exaltar
Pra almejar a redenção
Muita paz no coração

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes: Samuel Santos



Será que já raiou a liberdade?
Será que a liberdade não raiou?
(Será será)
Que o índio se escravizou
Nas mãos do homem branco?
O céu desce toca o chão
Anhangá, a “alma que corre” na escuridão
A chama jamais irá apagar
As marcas neste altar
O pedido a Boiúna
Mbara Boiúna
O Paraíso transformou em Inferno
Na ira de Tupã
Jorrando as lágrimas de Jaci
Uma tragédia infeliz

Um altar em verde e rosa
Uma oração em verso e prosa
Prevendo o luxo de poucos
E o lixo de muitos
Um renascimento
Na esperança de um novo amanhecer

Uma nova era iniciou (ÔÔÔ)
As ervas da cura dos pajés
O vento sobrou na Europa, miscigenação
Cultura, informação
Da Mãe-Terra fez raiz
Um canto ecoou
Festejando a vida
Em uma redenção de sabedoria
O despertar de um novo dia
De muita paz e alegria
Porque a liberdade já raiou

Contando a história ao contrário
O meu samba é do avesso
Vem pra avenida, Setor Um
Mostrando essa lenda de norte a sul

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes - Willian Tadeu



Rufa o tambor em ritual... ao luar
Para uma verdade revelar
É o trovão que anuncia
Há mistério além do mar
Uma terra padecia
Sob a sanha de Anhangá
A vida sentia a tristeza
E o brilho de cada olhar
Fora roubado por pedras a cintilar

SÃO CARRILHÕES, OS GUARDIÕES
DE TANTA DOR NOS CORAÇÕES
ONDE A MORTE ASSOMBRA A FÉ... HAJA FÉ!

Desembarcam os guerreiros de Tupã
Para um novo dia iluminar
Sabedoria ancestral pra vencer o mal
E ao som do maracá
A pajelança se fez
O amor tem sua vez pra imperar
Despindo toda a ambição
Tingindo na pele sua tradição
Na roda viva do tempo, dançou
Todo o povo e enfim festejou
E a natureza floresceu
A cura para o mal resplandeceu

SALÕES NA FLORESTA
AVES EM ORQUESTRA PARA FESTEJAR
A SETOR 1 É A MINHA PAIXÃO
PAIXÃO TUPINAMBÁ!!

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes - Gabriel Saracura

Abeguar vai me guiar
No imenso mar,na Escuridão
Sigo rumo ao Paraíso
Velho Gigante,que padece à ambição

Terra de Estranha natureza
Dizimada pelo Homem
Sob as ordens da riqueza


Irmãos
A União fará nascer a nova era
Ao Evocar velhos espiritos da Terra
Contra as forças da Escuridão
Afasto com som do Tambor a Tristeza
Meus ritos revestem Veneza
Para o Velho Mundo transformar
Regressam os Filhos a Mata
Na volta da História
Na Roda a Girar

E desse canto Anhanga ouvirá!(Bis)

Vai Clarear Tupã
Trovão na Mata,rito de fé
A Grande Revelação
Abençoada na palavra do Pajé

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Sambas Concorrentes: Arthur Macedo e Imperial



Um dia sobre o chão de manto verde
Onde o próprio tempo se perdeu
E o sol fez do céu sua morada
A lua em mil noites floresceu
Num ritual dabacury
Deus do trovão diz que é tempo de partir
Trevas engolem a terra
Do outro lado do mar...lá do mar
Xamã invoca sua tribo
A mística Tupinambá
Guerreiros contra a sanha de Anhangá

Ê CACIQUE
BRAÇO FORTE É MISSÃO CONSTRUIR
UMA ARCA, UM SONHO: BOIÚNA MBARÁ
Ê CACIQUE
LEVE A COR DESSA VIDA PRA LÁ
E RETIRE A MALDADE QUE NÃO QUER CESSAR

E ao cintilar...a cobiça e a dor OOO
Em templos de pedra murmuram ruínas pela redenção
Que chega pelas mãos da milenar sabedoria
Sem arcabuz, sem sangue, sem covardia!
E com o som dos maracás
Despertam forças ancestrais
Ira divina expulsa a maldade
Lança raízes para eternidade
Das matas, a cura
Pro corpo, pra alma
Beleza nativa... romance de mistura e glória
Dança gira a ciranda
Tambores tocam por Veneza
Ó tempo rei... risca o caminho pro regresso acontecer
Na face do irmão que descobri
Vi o espelho de onde vim

Ó DEUS TUPÃ FAZ RESSOAR
NA SETOR 1, DENTRO DE MIM
ESSE CANTO A ECOAR:
“TENONDÉ, OMÃNÊ, NHANDEXY”

Sambas Concorrentes: Luis Butti



Despertai !
Alvorada aos filhos do mato, imenso Senhor
De um povo que em Dabacury então encontrou
Que sonhava um dia em ver Astro Rei acordar
Foi preciso navegar (bis)
Xamã Tupinambá... é batuque, é louvação !
No véu de Abeguar...”reza” a lenda em redenção
Em noite fria...que o urucum tingia
O desconhecido, escondido por Tupã
E assim reluzia a ruína na manhã
Dança guerreiro, ao som do natural
Quero renascer a noite, sem a dor do açoite ao serviçal
E assim...plantai a sua raiz e se faz liberdade
Escreve a sua história deixando a maldade
Presa na corrente de uma eterna cicatriz
Faz eterno sonho recriar e ser feliz
E hoje...em verde e rosa é herança
Faz da ciranda a pajelança
Bendito é o fruto da miscigenação
A história do contrário, perfeito relicário
Mas o tempo não levou
Em páginas caboclas, a sabedoria
Que a Setor 1 eternizou

ÔÔÔ...ÔÔÔ
Tupinambá ouvirá deste canto
Derramando o seu acalanto
Que faz a falange assim renascer (bis)

Sambas Concorrentes: Thiago Meiners e Rodrigo Oliveira



Verde era a cor da Fantasia
Num toque de magia o tal lugar

Meu samba que viaja em poesia
Com um toque de alquimia a encontrar

Avistou a terra de medo e escuridão
Encontrou o azul do mar e a imensidão
O domínio de Anhangá e a liberdade

Mistérios de um mundo de ilusão

E sob as bênçãos das águas
Os guerreiros vão cruzar o mar
Alçar no véu de Abeguar

Meu horizonte não conhece a natureza
O paraíso da maldade é revelado por Tupã
O luxo dos arautos, o domínio da nobreza
O povo em busca de um novo amanhã

No céu brilhou
A força da Terra ao som dos Maracás
Liberdade num sonho dos ancestrais
Pra ensinar sabedoria natural
A cura pra vencer o mal

Pajé que dança em seu ritual

Já clareou...
Iluminando o meu olhar
O canto de paz ecoou
Nesse samba de amor
A força que vem de Anhangá