domingo, 26 de outubro de 2008

Texto Complementar para Compositores

Escolhemos para o carnaval 2009, estréia da GRESV Acadêmicos do Setor 1 no Grupo de Acesso da LIESV, o enredo “Pétalas da Fé”.

O ponto de partida, é a civilização egípcia. Ela que guarda em sua vasta cultura o culto ao Sol. Neste sentido, como ícones simbólicos do Deus-Sol, destaca-se a flor do papiro, cujo desenho assemelha-se ao astro. Além do caráter religioso, o papiro tem uma importância histórica salutar, já que a partir dele eram feitos pergaminhos precursores do papel, que registraram muito do que conhecemos da cultura egípcia. O papiro nos permite enxergar o horizonte cultural do Egito antigo...

No hinduismo, relaciona-se com a criação do mundo. De acordo com as escrituras indianas foi do umbigo de Deus Vishnu que teria nascido uma brilhante flor de lótus e desta teria surgido outra divindade, isto é, Brahma, o criador do cosmos. A flor também é indispensável na prática da ioga, assim como não se pode conceber hinduísmo sem ioga, não se pode conceber ioga sem o lótus. A ioga é prática basilar do compêndio doutrinário hindu e “representa o caminho seguido para se perceber o Deus interior”.

No Cristianismo, aparece a figura da Nossa Senhora da Rosa Mística, uma das faces de Maria. Traz consigo três rosas de identidade mística. A branca simboliza o espírito da oração. A vermelha, o espírito de expiação e sacrifício e a dourada o espírito de penitencia. Toda a simplicidade e obstinação de Maria, que com o simbolismo das rosas, ensina ao homem o caminho do amor...

Na classificação das maiores religiões mundiais, após descrever as duas iniciais, aparece o Islamismo.

Aslam, o nome inicial do Islam! Nela aparece a história do anjo que entregou-se a paixão por uma mortal, amor proibido. Expurgado do paraíso por Alá, recebeu com pena o dever de plantar por todo o mundo miosotís. Todavia este dever era impossível, levaria toda a eternidade para cumpri-lo. Em solidariedade ao amor, a mortal se sacrificou e foi ajudá-lo. Sensibilizado pelo ato da mulher, Alá os perdoou e foram viver o amor puro e sincero no seio do Senhor.

A religião afro se faz presente através de Xangô, o quarto rei de Oyó, não poderia imaginar que seu coração seria seduzido pelo leve aroma de um ramalhete de lírios, colhidos pela mais bela das entidades divinas, Oxum. Num jogo de amor e vaidade, o lirismo dos lírios presencia no encontro do sol e da lua, no romper do dia, o sagrado encontro de Oxum, que se banhava na cachoeira, com o Alafin do Fogo. A pujança divina entregue a simplicidade do amor e das flores...

“O Sambista não precisa ser membro da academia, ao ser natural em sua poesia, o povo lhe faz imortal...”

O romeiro que devota sua crença ao carnaval, faz do batuque de repiques e tamborins o seu cântico sagrado, professa sua fé através das obras. A procissão que revela a motivação deste povo que poliniza com alegria e cultura o nosso fértil solo sagrado. Samba: A religião dos bambas...

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